Atlas


ORIGEM

 

O cultivar híbrido de forrageira Atlas é oriundo de cruzamento artificial, realizado em 1993, em casa-de-vegetação pela Matsuda, cruzando materiais fêmeas sexuadas de Tobiatã com K-68, acesso originário da Costa do Marfim/África, que nunca chegou a ser um cultivar comercial.

Em 1994 foi realizada a seleção de genótipos superiores, em progênies segregantes para apomoxia e sexualidade e no ano seguinte o teste de progênies para separação de progênies para separação de híbridos F1 apomíticos dos híbridos F1 sexuais.

Após esta etapa de seleção, foram montados diversos ensaios regionais em Álvares Machado-SP, Mirante do Paranapanema-SP e Jateí-MS, com o objetivo de selecionar os melhores híbridos F1 apomíticos (que não cruzam), analisando os diversos caracteres morfo-agronômicos e valor nutritivo.

Nos anos de 1998 e 1999 foi avaliada a resistência deste híbrido quanto à resistência ao alumínio (presente em solos ácidos) tanto em condições de laboratório (em soluções nutritivas) como de campo (em solos comprovadamente ácidos com presença de alumínio).

Os dois anos seguintes, o cultivar foi avaliado em testes com animais verificando a capacidade de suporte, resistência ao pisoteio, potencial de rebrota, persistência, tolerância à seca, potencial de produção de sementes, etc.

 

CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS

 

É uma planta cespitosa de ciclo perene, com altura entre 1,5 a 2,0m, alto perfilhamento basal, colmo de diâmetro médio, comprimento do internódio curto, colmo com pouca cerosidade, folha apresentando pouca pilosidade na bainha, comprimento da lâmina também médio e de coloração verde-clara. O ciclo de florescimento é médio, com período definido para florescer (florescimento determinado). 

 

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS

 

Como qualquer cultivar de Panicum maximum, o Atlas é exigente em fertilidade de solo, mesmo que tenha boa tolerância à saturação de alumínio no solo. Possui intenso perfilhamento basilar, rebrota vigorosa, boa tolerância à seca e excelente qualidade nutricional.

Apesar de ser obtido através de cruzamento de plantas sexuadas, o cultivar Atlas é apomítica, isto é, não pode ser cruzada e produz sementes viáveis. Isto foi devido à seleção de plantas apomíticas e eliminação das plantas sexuadas.

Nos testes realizados apresentou digestibilidade em torno de 65 a 70% "in vitro", os teores de proteína variaram em torno de 10 a 12%, com produção de forragem (matéria seca) de 20 a 22t/ha/ano.

O potencial de produção de sementes foi de 600kg/ha/ano com valor cultural em torno de 20%, em uma única colheita.

Até o momento não se verificou nenhum problema com insetos e doenças de importância econômica em áreas de pastagem de Atlas. Por se tratar de cultivar de P.maximum pode ser infestado por Claviceps e Ustilago, afetando a produção de sementes.



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